🎤 Entrevista com a banda Die So Fluid.
1. Como o Die So Fluid se formou e quais foram as inspirações por trás da criação da banda?
A: Drew (guitarrista) e eu (Grog – vocalista e baixista) estávamos na banda Feline antes do Die So Fluid, assinar com a EMI em Londres. Acho que dá para dizer que a banda nasceu da busca por um formato onde pudéssemos fazer apenas a música que quiséssemos, com total controle criativo, com o som, o tom, a vibe e a expressão artística que realmente importam para nós.
2. Vocês se veem mais como uma banda de hard rock, rock alternativo ou metal, ou preferem transitar entre gêneros?
A: Definitivamente não somos metal puro. Somos inspirados e influenciados pelos melhores elementos de todos os gêneros que você mencionou, além de post-punk e até um pouco de grunge. Realmente não nos importamos com rótulos porque eles sufocam. Se alguém ficar chateado por não categorizarmos nossa música, provavelmente não somos para essa pessoa mesmo.
3. Qual é o maior desafio para se manter relevante em um cenário musical tão diverso?
A: O maior desafio é praticar não se preocupar com isso. Se criar arte se torna um ato de estar sempre correndo atrás de atenção, acaba corrompendo a própria arte. Existem tantas bandas por aí que você poderia enlouquecer tentando competir. Acredito que a paixão, a verdade e a honestidade no que você escreve é o que ajuda a música a se conectar em um nível humano. Confie nisso.
4. Como vocês descreveriam a energia de um show do Die So Fluid em três palavras?
A: Poder, engajamento, beleza.
5. Durante a carreira, houve algum álbum ou período que vocês consideram um ponto de virada para a banda?
A: Olho com carinho para os anos entre 2008-2015, porque estávamos em turnê constante na Europa e nos EUA, vivendo e amando a vida, com tantas aventuras e experiências. Foi antes de nosso baterista original, Al, falecer, o que torna esse período ainda mais precioso.
6. Vocês escrevem riffs primeiro, letras ou cada música surge de uma ideia mais conceitual?
A: Cada vez é diferente. O conceito é chave para mim como letrista. Às vezes eu praticamente escrevo uma música inteira sozinho, e tudo flui rapidamente. Ou algumas letras começam a formar uma melodia gradualmente na minha cabeça. Às vezes Drew envia riffs de guitarra, e um deles inspira uma melodia ou letra, e seguimos dali. Às vezes voltamos a uma ideia antiga para ver se pode se transformar em algo novo.
7. Como vocês equilibram elementos de hard rock com influências de metal ou rock alternativo nas composições?
A: Essa parte é natural e intuitiva para nós — é onde nossos gostos se cruzam, como os raios do filme Caça-Fantasmas, mas em vez de causar um desastre, cria o som único do DSF. Al fazia parte dessa equação e agora Justin Bennett contribui com sua bateria e mixagem. É isso que torna escrever e gravar música tão mágico: a combinação de ideias e energias compartilhadas, com acordos e conversas artísticas não ditas. É uma experiência humana maravilhosa, um encontro do que nos excita musicalmente.
8. Vocês se inspiram em artistas clássicos de hard rock como Led Zeppelin, AC/DC ou Guns N’ Roses?
A: Led Zeppelin, definitivamente, foi uma influência que compartilhei com Al. Crescemos ouvindo e meu irmão mais velho tinha todos os discos deles e me levou para ver The Song Remains The Same. Eu curtia a química ao vivo e as imagens também. AC/DC – não muito, talvez apenas um pouco da atitude e força. Guns N’ Roses – não, não é meu estilo.
9. Existe alguma música de vocês que seja a mais “hard rock”?
A: Não, porque simplesmente não penso na nossa música nesses termos. Haha, estou apenas sendo honesta!
10. Como vocês decidem quando experimentar algo novo versus manter o som característico da banda?
A: Estamos sempre abertos a experimentar, queremos permanecer frescos. Algumas partes do DSF estarão sempre presentes, como a minha voz, nossos estilos de tocar ou sentir a música, nossos instrumentos… então é quase impossível não manter a identidade. Gosto de pensar que estamos sempre buscando agradar ouvintes de mente aberta, que gostam de ver nossa evolução. Adoro aqueles momentos “aha” quando criamos algo que mostra transformação distinta, mas ainda mantém a marca de excelência do DSF.
11. Quais temas mais inspiram suas letras: experiências pessoais, críticas sociais ou histórias fictícias?
A: Todos os acima, mas sempre filtrados pessoalmente para dar autenticidade. Como escritor, você precisa estar atento às mensagens que chegam do universo e às músicas que querem ser cantadas através de você.
12. O hard rock permite uma abordagem mais direta e energética nas letras?
A: Sim, permite provocação e comunicação. Gosto de música que mexe com você, que exige atenção. Estudei artes plásticas muito jovem e me frustrava com a lentidão do processo de arte visual; música é direta e permite interação imediata, algo que valorizo muito.
13. Existe alguma música de vocês que sirva como mensagem de resistência ou empoderamento?
A: Sim. Eu consigo pegar temas sombrios e transformá-los em mensagens de força, união e sobrevivência. Por exemplo, Kiss The Floor ajudou alguns fãs a encontrarem coragem para sair de situações abusivas. Not Everybody Gets A Happy Ending, que frequentemente encerrava nossos shows, fala sobre como “nem todo mundo vence, mas todos estão na luta”. É sobre superar a mentalidade de “vencer ou perder”.
14. Como o processo emocional de escrever letras mudou ao longo da carreira?
A: Acho que ficou mais sofisticado e elegante, embora às vezes eu jogue isso fora de propósito, porque há valor na raiva crua. Às vezes precisamos apenas gritar.
15. Existe uma música que seja favorita dos fãs e pessoalmente significativa para você?
A: Gang of One é muito significativa para mim. Escrevi após sofrer de pancreatite e quase morrer. Tive que parar de beber álcool e percebi o quanto isso era um muleta na minha vida, desviando minha atenção de problemas familiares. Foi difícil socialmente, mas acabou sendo uma bênção, porque precisei confrontar meus problemas e me tornar uma pessoa melhor. É divertido tocar ao vivo e qualquer um pode se identificar com a luta de se libertar de um vício.
16. Além do metal e hard rock, existem outros estilos que influenciam o DSF, como punk ou blues?
A: Post-punk, música medieval, vocais tradicionais indianos, partes de cordas egípcias compostas por um violinista de classe mundial, eletrônico, grunge… Amamos abraçar e experimentar tudo que a música sugere. Em turnê, alguém nos descreveu como um Soundgarden gótico, o que adorei.
17. Vocês acompanham a cena atual de hard rock? Quais bandas contemporâneas chamam atenção?
A: Não sigo de forma direta, ouço o que gosto e busco diversidade. Curto Brutus, Amyl and the Sniffers, The Mysterines, Gojira, Mastodon, Sleep Token, o novo álbum do Deftones. Também gosto de Bad Omens e Urban Heat.
18. Como veem a relação entre hard rock e metal: competição, inspiração mútua ou coexistência?
A: Para mim, inspiração mútua.
19. O que diferencia o Die So Fluid de outras bandas contemporâneas de hard rock ou metal?
A: Temos um legado de seguir nosso próprio caminho, mesmo que isso irrite a indústria. Seis álbuns depois, ainda fazemos o nosso e nossa popularidade cresce. Além disso, somos uma banda experiente e empolgante ao vivo. Nossa música e ética refletem a busca por experiências intensas e autênticas, sem espaço para arrogância ou mentalidade limitada. O DSF é como uma família ou tribo musical aberta a todos que compartilham dessa visão.
20. Quais são os planos da banda para os próximos anos: novos álbuns, turnês internacionais ou projetos paralelos?
A: Começamos a escrever e gravar novo material! Provavelmente será um futuro álbum, mas esperamos lançamentos nos próximos meses. Gostaria de fazer um show especial em Londres e outra turnê pelos EUA. Estou me recuperando de uma lesão no ombro, então vamos esperar até estar seguro para agitar nos palcos.
21. Que mensagem gostariam de deixar para os fãs de hard rock e metal, antigos ou novos?
A: Amamos vocês! Obrigada por estarem conosco nessa jornada. E se você é novo no DSF, bem-vindo à família — divirta-se explorando nosso catálogo completo, a trilha sonora para o filme da sua vida!
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- Loja Oficial: https://www.diesofluid.net
Entrevista realizada por Wagner Barbosa da Plugmetal Magazine, com integrantes da banda Die So Fluid.

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