Entrevista com a banda Padus.
1. Como surgiu a ideia de formar o Padus e entrar no mundo do Doom Metal Dark/Ambient?
A: A ideia nasceu em 2016 e se desenvolveu ainda mais em 2019, com o lançamento do meu primeiro EP autoproduzido, intitulado Diva sporca. Eu queria desenvolver um som de baixo distorcido como foco central de todas as minhas composições, apoiado por órgão de tubo e bateria pesada. Essa solução musical parecia muito adequada à atmosfera sombria do doom metal e, naturalmente, em certas composições, combinava perfeitamente com o dark ambient.
Minha música, no entanto, seria identificada como deep metal, ou seja, um metal profundo, pessoal, de cantautor, que não conhece limites e nem mesmo se impõe nenhum.
2. O álbum Il Diavolo e il Tecnezio tem um conceito sombrio e atmosférico. Qual foi a principal inspiração?
Na verdade, não há uma inspiração principal, mas sim este álbum representa o espírito musical do meu projeto. O próprio título o descreve: o diabo representa minhas letras, meus gritos, minha forma de conceber as canções, enquanto o tecnécio representa a parte artificial das minhas composições e gravações. Como faço tudo sozinho, recorro a auxílios artificiais, como baterias virtuais e mídias de computador para softwares específicos de gravação. O tecnécio é conhecido por ser um elemento químico artificial e radioativo, criado em laboratório. Portanto, o diabo sou eu e o tecnécio é a parte eletrônica artificial; isso é Padus.
3. Você busca transmitir sentimentos específicos de melancolia ou mistério em cada faixa?
A: Não exatamente. Também tento explorar outros aspectos, como medo, ignorância, violência e até descrever situações que vivi pessoalmente de uma forma incomum.
4. Quais elementos além da música (arte, literatura, cinema) influenciam a atmosfera do Padus?
A: Ignorância, ódio, todos os aspectos negativos deste pequeno planeta.
5. Como você equilibra peso, andamentos lentos e ambiência para criar o som único da banda?
A: Nunca existe uma regra fundamental para criar uma música ou alcançar um certo som; tudo é muito intuitivo e imprevisível. Padus reflete muito a minha personalidade; é um projeto muito introspectivo.
6. O que guia a criação das letras: narrativa, emoção ou conceitos abstratos?
A: Pura emoção, raramente narrativa, e muita teatralidade. Usei muitas vezes o grammelot em meus álbuns, que é a emissão de sons sem sentido semelhantes a palavras ou fala reais, para efeito cômico ou farsesco.
7. Você já experimentou incorporar sons externos ou efeitos ambientais em sua música?
A: Uma vez incluí o som de uma tempestade se aproximando em uma música, mas nada além disso. Prefiro criar ruídos ou efeitos incomuns com meus instrumentos.
8. Há alguma faixa do álbum que foi particularmente desafiadora de compor ou gravar?
A: Não, absolutamente não. As faixas que geralmente componho são muito espontâneas, nascem de ideias imediatas e eu as escrevo conforme surgem.
9. Como é apresentar ao vivo uma música tão densa e atmosférica?
A: Infelizmente, não me apresento ao vivo. Sou uma one-man band. Anos atrás, comecei a formar um duo de verdade (baixo distorcido e bateria) com um ex-colega de trabalho para tocar ao vivo, mas isso terminou após alguns ensaios devido à chegada da Covid.
10. Qual faixa do álbum você sente que se conecta mais emocionalmente com o público?
A: Definitivamente Onomatopeide: é sombria, cerebral, começa com fúria grindcore e depois mergulha no funeral doom. Aqui também uso vocal em grammelot.
11. Como você vê a cena italiana de Doom/Ambient hoje?
A: Não sei como responder, pois não acompanho muito essa cena mencionada. Escuto muita música de todos os gêneros, e sou frequentemente influenciado pelos meus humores ao escolher o que ouvir (metal, pop, dance, underground, clássico, etc.), e presto muito pouca atenção a novos lançamentos ou à evolução do que é, de fato, uma tendência musical.
12. Há algum artista ou banda do underground que você considera uma referência direta ou inspiração?
A: Bem, não faltam clássicos como o Black Sabbath, é claro, mas no restante tento ser o mais pessoal e incomum possível.
13. Você acredita que o Doom Dark/Ambient tem um público fiel e crescente, ou é um nicho restrito?
A: Ainda é um nicho pequeno. É uma espécie de orgulho e identidade estar no underground.
14. O que Il Diavolo e il Tecnezio representa na evolução artística do Padus?
A: Uma continuidade em direção à experimentação e à busca por ideias bizarras.
15. Quais são os próximos desafios ou objetivos da banda para o futuro próximo?
A: Um novo álbum será lançado em outubro de 2025, que abordará o tema da depressão e do tédio. Depois, o novo álbum, que será lançado em 2026, já está quase pronto, mas não revelarei nada sobre ele.
16. Se você pudesse criar uma experiência imersiva (vídeo, instalação, performance) baseada no álbum, como ela seria?
A: Certamente imprevisível, como minha música, como meu humor. Todos os meus álbuns refletem minha personalidade, e este último continua a tradição.
17. Que mensagem final você gostaria de deixar para quem está descobrindo o Padus e este álbum agora?
A: Baixe minha música gratuitamente em padus.bandcamp.com conheça-me (como se fosse fácil, ha, ha, ha) e mergulhe no meu mundo artístico. Obrigado pela entrevista, foi realmente um prazer, e obrigado pelo interesse na minha música, e obrigado àqueles que irão conhecê-la.
Siga a banda:
Bandcamp: https://padus.bandcamp.com/
Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCpIhVwLdKh1y7Hx2piPfLzQ?app=desktop
Entrevista realizada por Wagner Barbosa da Plugmetal Magazine, intermediada por Andrea da acessoria de imprensa The Triad Rec.


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