Entrevista com a banda Isometry.
1. “Break The Loop” sugere um ciclo que precisa ser quebrado. Qual é a mensagem por trás do título e como ela se conecta com suas experiências pessoais ou coletivas?
A: A mensagem por trás do título pode ser lida e interpretada de várias maneiras e contextos, e não queremos forçar uma visão como “a correta”. Escolhemos desenvolvê-la em um cenário futurista porque se encaixava melhor com o que tínhamos em mente.
Ela certamente ressoa com nossas experiências e nossas vidas, porque a rotina pode se tornar um monstro que sobrecarrega nossas mentes e esmaga nossa criatividade e entusiasmo. Mas esse tipo de ciclo precisa ser quebrado, e os obstáculos superados. Esta é a única forma de ser humano e permanecer livre.
2. Quando você começa a compor uma música, você pensa primeiro na história, na técnica ou na emoção que quer transmitir?
A: Esta é uma pergunta muito interessante! A verdade é que depende da música. Às vezes, tínhamos a história completa em mente desde o início. Outras vezes, tínhamos uma emoção para expressar (Choice is Yours), às vezes um riff e a música fluía como um rio (Shards of Mind), e outras vezes escolhemos a parte da história que precisava ser coberta pela música (Break the Loop, Mesmerized…).
Era como um quebra-cabeça, em que cada peça tinha um papel preciso, história e sentimento que precisavam ser explicados e compostos.
3. Vocês se consideram mais exploradores sonoros ou mestres técnicos dentro do metal progressivo?
A: Na verdade, nem um nem outro. Somos músicos humildes, nos expressando com música que vem do coração. Dito isso, gostamos da ideia de criar um mundo no qual o ouvinte possa mergulhar, seguindo a história que se desenrola. Os detalhes do design sonoro adicionam profundidade à experiência, permitindo sentir o universo desta narrativa. Pelo menos, essa é nossa intenção!
4. Houve algum momento durante a gravação de Break The Loop que foi especialmente desafiador ou transformador para a banda?
A: Sim, durante a gravação do álbum, algumas novas ideias surgiram, o que significava que certas partes precisavam ser reescritas e gravadas novamente. Isso às vezes causou estresse e exigiu grande esforço, mas ficamos satisfeitos com o resultado final, e isso é o que importa.
5. Se você tivesse que explicar Break The Loop para alguém que nunca ouviu metal, qual analogia usaria?
A: Imagine algo como música clássica, mas mais pesada, com mudanças de compasso mais complicadas que seu aplicativo de calendário e letras que irritariam seu terapeuta… Ou apenas tente ouvir sozinho e julgue por si mesmo!
6. Vocês têm alguma rotina ou ritual para entrar em estado criativo antes de compor ou ensaiar?
A: Depende de quem está compondo o riff principal… Lorenzo encara sua guitarra como se ela lhe devesse dinheiro, sussurrando “não me envergonhe”, e toca algo que suspeitosamente soa como o breakdown da semana passada.
Luca sacrifica um metrônomo aos deuses da sincopação em 7/8 até a inspiração surgir (ou até os vizinhos enviarem uma reclamação de barulho).
É sempre um equilíbrio delicado entre fingir que sabemos o que estamos fazendo e torcer para que ninguém perceba quando não sabemos.
7. Qual tem sido a maior influência de outros gêneros musicais que vocês permitiram infiltrar no single sem perder a identidade do metal progressivo?
A: Para ser honesto, nosso single é a música menos prog do álbum… Podemos dizer que soa mais como uma balada rock com alguns riffs de metal. O solo de flauta no final pode dar um toque folk, mas o núcleo é principalmente rock.
8. Em relação às letras, vocês preferem metáforas abstratas ou histórias concretas, e por quê?
A: Geralmente preferimos metáforas abstratas, porque isso dá ao ouvinte múltiplas possibilidades de interpretação. Deixar muito para a imaginação permite que cada um se sinta parte da história à sua maneira, então algumas músicas deixam intencionalmente algumas pistas, mas sem explicação clara. Esperamos que isso prenda a atenção do ouvinte!
9. Como a cultura italiana influencia o som ou a identidade visual da banda, se influencia?
A: Provavelmente não conseguimos identificar uma influência cultural geograficamente relacionada no nosso trabalho. A visão de todo o álbum é globalista, poderíamos dizer. Estamos falando de um fenômeno em nível mundial dentro da realidade distópica de Break The Loop.
10. Se pudesse escolher um personagem ou figura histórica para ouvir Break The Loop, quem seria e por quê?
A: Escolheríamos Alan Turing, pois ele era completamente sobre quebrar padrões e ultrapassar limites. Break The Loop mergulha em ciclos de pensamento e emoção, e achamos que ele iria se identificar com a complexidade e intensidade do álbum. Além disso, adoraríamos vê-lo decodificar nossos riffs e Easter eggs espalhados pelo álbum como se fossem mensagens secretas!
11. Durante o processo criativo, algum membro propôs algo que parecia impossível de executar, mas acabou se tornando um destaque da música?
A: Sim!! Isso aconteceu de vez em quando, e é engraçado que cada vez a música fica um pouco atrasada em relação às outras, já que é muito difícil de lidar. No final, essas músicas se revelaram uma oportunidade de estudar e praticar nos instrumentos, aprimorando bastante nossa técnica. Isso é especialmente o caso da segunda faixa do álbum, Shards of Mind.
12. Qual parte da música vocês acham que ninguém espera, mas que consideram essencial?
A: Provavelmente os interlúdios malucos que surgem aqui e ali… Isso dá um tempero extra, especialmente durante shows ao vivo!
13. O metal progressivo é conhecido por suas complexidades rítmicas. Vocês priorizam impacto emocional ou complexidade técnica ao criar mudanças de compasso e estruturas incomuns?
A: A técnica é importante, mas no final sempre deve “servir à mensagem”, então definitivamente priorizamos o impacto emocional. Mesmo as partes extremamente técnicas das músicas estão lá para expressar uma mensagem precisa.
14. Vocês se veem mais como contadores de histórias através do som ou arquitetos de atmosferas?
A: Gostaríamos de nos ver como ambos: são duas faces da mesma moeda.
15. Se Break The Loop fosse transformado em um curta-metragem, como seria o cenário e a narrativa visual?
A: Sempre sonhamos em fazer um curta, mas por enquanto deve ficar na fantasia. Seria ambientado em um futuro distópico, onde a harmonia e a paz reinam de maneira não natural.
16. Que conselho dariam para bandas que querem experimentar o metal progressivo sem perder a identidade?
A: Inspire-se, mas não imite. Não seja a cópia da sua banda ídolo.
17. Há algum riff ou seção em Break The Loop que foi criado quase por acidente, mas acabou definindo o tom da música?
A: No último refrão de One Entity, em certo ponto a base para e as vozes permanecem suspensas no vazio. Inicialmente foi um erro de edição, mas acabou sendo uma variação muito interessante sobre o tema do refrão.
18. Vocês acreditam que o público deve ouvir a música uma vez para aproveitar ou repetidamente para descobrir camadas ocultas?
A: Cada um decide como se aproximar da música. Como amantes do prog metal, geralmente ouvimos nossos álbuns favoritos várias vezes para descobrir todas as citações e “camadas ocultas”. Neste álbum há muitos Easter eggs escondidos, a maioria nunca revelada, mas alguns fãs conseguem descobrir.
19. Qual é a parte mais satisfatória de ver a música ao vivo em comparação com a gravação de estúdio?
A: A reação do público nas partes mais expressivas ou épicas, com certeza. A energia que o público transmite ao show é incrível!
20. Se a Isometry pudesse “quebrar o ciclo” de qualquer padrão na indústria musical, qual seria e por quê?
A: O padrão de “gravar um produto, não um álbum”: nossa música e estilo não são convenientes para o mercado de forma alguma. Exigem muito tempo para compor e gravar e são ouvidas por poucas pessoas de nicho. Mas nunca cairemos no “loop” de produzir álbuns superficiais apenas para atingir o maior número de pessoas possível.
21. Deixe uma mensagem para o público:
A: Quebrem o ciclo em que vocês estão!
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Entrevista realizada por Wagner Barbosa da Plugmetal Magazine, intermediada por Andrea da acessoria de imprensa The Triad Rec.

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