YNGWIE MALMSTEEN – São Paulo (SP)
YNGWIE MALMSTEEN – São Paulo (SP)
Texto e fotos: Roberto Sant’Anna
Um show do guitarrista sueco Yngwie Malmsteen em nosso país sempre é motivo de grande expectativa, principalmente por parte dos guitarristas – virtuosos, experientes ou iniciantes –, que acompanham o trabalho do guitar hero com entusiasmo. Porém, trabalhar com ele não é uma tarefa fácil, seja na produção ou mesmo como músico contratado. Em São Paulo, o horário previsto para a abertura das portas do Carioca Club na segunda-feira (24) estava previsto para 18h e a primeira banda de abertura teria início às 18h40, enquanto a segunda subiria ao palco às 19h40.
No entanto, por volta das 19h, os integrantes das duas bandas estavam indo embora pelo fato de o sueco não aceitar bandas de abertura. Conhecemos Skalyface e Opus V e, a julgar por todos os comentários e postagens nas mídias sociais das bandas e da produtora Dark Dimensions pós-show, o impedimento jamais foi por motivo de competência das bandas brasileiras.
“Trabalho exaustivo, dobramos a nossa equipe, chegamos cedo (9h) para não ter nenhum tipo de imprevisto! Mas, infelizmente, o artista não colaborou. Fez de tudo para atrasar porque ele não queria a apresentação das bandas nacionais. Quem estava no local viu tudo o que aconteceu. Só resta o nosso pedido de desculpas para as bandas Skalyface e Opus V – infelizmente, algumas situações fogem das nossas mãos. Também garantimos que esse foi nosso último trabalho com o artista. Muito stress, descaso e não precisamos disso”, postou a produtora Dark Dimensions em suas mídias sociais.
Dentro das dependências do Carioca Club, o clima era totalmente favorável aos fãs de guitarras, pois as músicas do ambiente, na maioria, eram instrumentais de grandes conhecidos dos presentes. Próximo das 21h, o som da casa tocou duas músicas do Megadeth na fase com Kiko Loureiro e, na sequência, com o silêncio dos PA’s, eis que entra em cena Yngwie Malmsteen e sua banda com a clássica Rising Force, faixa de abertura do álbum Odyssey (1988), da fase com Joe Lynn Turner nos vocais. Apesar de há muito não contar mais com um frontman, o que gera desconfiança de muitos, pois é o tecladista Nick Marino quem faz as vezes de vocal nesta música, o impacto foi grande. O público ficou em êxtase perante a parede de amplificadores Marshall e a conhecida, mas sempre impactante, postura de palco do guitar hero no palco.
O show foi seguindo conforme o esperado, com uma grande performance com total ênfase ao peso, altura e velocidade da guitarra. O som, como muitos reclamaram, estava alto demais e sempre destacando a guitarra em primeiro plano. Pois é, a genialidade comprovada do sueco segue irretocável, assim como sua egolatria.
O repertório foi desde as mais lentas como Like an Angel – For April, de Facing the Animal (1997), passando por instrumentais com Wolves at the Door a músicas conhecidas como Now Your Ships Are Burned, Seventh Sign e covers como Smoke on the Water (Deep Purple). Por falar com cover, houve a fusão do solo de Bohemian Rhapsody, do Queen, com a clássica Far Beyond the Sun, do debut Rising Force (1984), que levou o público ao delírio. No entanto, uma das mais esperadas e que contou com maior interação do público foi You Don’t Remember, I’ll Never Forget, de Triology (1986), fase com o vocalista Mark Boals. A música anunciava que o show estava chegando ao fim.
O bis trouxe Black Star, considerada um dos maiores clássicos do sueco, com uma performance na qual não faltou energia por parte do músico e delírio por parte dos fãs.
Não foi a primeira vez que uma produtora teve a difícil missão de atender as exigências e até mesmo surpresas de última hora que infelizmente norteiam um show de Malmsteen, seja no Brasil ou no exterior. Assim, os comentários e discussões após o evento ainda seguem em grupos de whatsapp e nas redes sociais. O “efeito Malmsteen” realmente vai do amor ao ódio. O pior, a despeito da marca e da genialidade do guitarrista na história da música, é ter consciência de que será difícil vermos este tipo de situação mudar.
Setlist:
1. Rising Force
2. Top Down, Foot Down / No Rest for the Wicked
3. Soldier
4. Into Valhalla / Baroque & Roll
5. Like an Angel – For April
6. Relentless Fury
7. Now Your Ships Are Burned
8. Wolves at the Door
9. (Si Vis Pacem) Parabellum
10. Badinerie (Johann Sebastian Bach)
11. Adagio (Niccolò Paganini)
12. Far Beyond the Sun
13. Seventh Sign
14. Toccata
15. Evil Eye
16. Smoke on the Water (Deep Purple)
17. Trilogy (Vengeance)
18. Solo de guitarra
19. Brothers
20. Solo de Bateria
21. You Don’t Remember, I’ll Never Forget
22. Black Star
O post YNGWIE MALMSTEEN – São Paulo (SP) apareceu primeiro em Roadie Crew.
Fonte: https://roadiecrew.com/feed/











Deja tu comentario: